20 de fev. de 2011

Cuidai de todo o Rebanho de Deus

Muito embora o texto de At 20.28, citado no título deste estudo, esteja referindo-se aos presbíteros de Éfeso, certamente aplica-se a todo aquele que está à frente na obra de Deus, procedimento este que usaremos em outros lugares neste artigo. O texto diz, em primeiro lugar, que temos que cuidar de nós mesmos, mas diz também que temos que cuidar do rebanho que Deus colocou em nossas mãos.

Nossa motivação deve ser o amor a Cristo

“Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Ele lhe disse: Apascenta os meus cordeiros.Tornou a perguntar-lhe pela segunda vez: Simão, filho de João, tu me amas? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas.Pela terceira vez Jesus lhe perguntou: Simão, filho de João, tu me amas? Pedro entristeceu-se por ele lhe ter dito, pela terceira vez: Tu me amas? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas, tu sabes que eu te amo. Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas(Jo 21.15-17).
Aqui, o Senhor está dizendo para Pedro que a base para o pastoreamento é o amor. Amor pelas ovelhas? Não, amor pelo Senhor Jesus. Pedro está sendo direcionando a focalizar sua atenção no Senhor Jesus ao invés de nas ovelhas. Em uma descrição normal de trabalho, todo o enfoque deveria estar na descrição do trabalho em si, ou seja, pastorear as ovelhas. Mas neste caso, o enfoque não é outro senão o próprio Senhor Jesus. O ponto de partida de Pedro deveria ser amar a Jesus. É pelo amor ao Senhor que vem o encargo. Pastoreemos o rebanho de Deus, mas lembrando-nos que é o Seu rebanho, e que Cristo é o verdadeiro pastor, pois as ovelhas são dEle.
Aquele que está em liderança deve ser como um bom cão-pastor australiano, que responde somente ao assobio do pastor. O cão ajuda as ovelhas que se extraviam apenas quando o pastor dá ordens. O pastor fica no topo da colina assobiando para o cão. Esses cães-pastores amam seu Mestre e estão dispostos a fazer o que seu mestre quer ou solicita.

Sendo exemplos para o rebanho

“Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho”  (1Pe 5.2-3).
Pedro exorta que o trabalho de pastoreamento não seja feito por obrigação, mas, voluntariamente, de coração; não com intenção de obter algum tipo de lucro pessoal (de dinheiro ou poder), mas, prontamente, de boa vontade; não com dominação, mas, estando à frente para servir de modelo a ser seguidos voluntariamente pelo rebanho.
"Lembrai-vos dos vossos guias, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver" (Hb 13.7).
A palavra “guias” neste texto significa “aqueles que vão à frente”, “aqueles que conduzem”, “líderes”. Envolve todos aqueles que cuidam de vidas. Algumas vezes essa palavra é traduzida como “pastores”, mas não é assim no grego, muito embora tenha esse sentido. Aqui vemos algo para os líderes fazerem. Eles devem viver suas vidas á plena vista de todos, para que as pessoas possam ver seus resultados, seu andar espiritual na vida domestica (relacionamento com esposa e filhos), no trabalho (relacionamento com seus pares), na comunidade, etc... Observando sua liderança que serve voluntariamente e o seu modo de vida genuinamente cristã, as ovelhas, por sua vez, serão persuadidas a submeter-se e seguir o Senhor.
“... pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus? (1Tm 3.5).
Servindo ao rebanho

“Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser, entre vós, fazer-se grande, que seja vosso serviçal”  (Mt 20.25-26).
Em vez de se tornarem senhores, Jesus disse aos seus discípulos para se tornarem servos uns dos outros, e que o maior é aquele que é servo de todos. A autoridade entre cristãos não vem da mesma fonte de autoridade do mundo, pois, quanto mais servimos, maior será nossa autoridade diante do rebanho. A visão de autoridade do mundo coloca homens sobre outros homens, numa estrutura hierárquica de poder. Porém, Jesus afirmou que não deve ser assim entre nós.
“E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele” (Lc 10.34).
Aqui está o exemplo de alguém que realizou a tarefa voluntariamente, prontamente e sem intenção de obter lucro, pelo contrário, com perda pessoal. Ele teve que entrar literalmente “por baixo” para carregar aquele homem até seu animal. Provavelmente ele teve que ir a pé até a estalagem, enquanto o homem era carregado pelo animal e ainda teve que pagar pelos gastos de sua hospedagem. Esse é o coração de pastor que o Senhor requer. A verdadeira autoridade, então, é aquela resultante do respeito gerado através do exemplo amoroso, abnegado e cheio de Deus que apresentam.
“Eu de boa vontade me gastarei e ainda me deixarei gastar em prol da vossa alma. Se mais vos amo, serei menos amado?” (2 Co 12.15).

Velando pelas almas

“Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.”  (Hb 13.17).
Esse versículo mostra que, juntamente com o trabalho de liderar, está o trabalho de cuidar de vidas, ou de almas. Aqui precisamos entender uma coisa: quando nos convertemos a Cristo, a obra em nosso Espírito já está completa pelo novo nascimento; porém, para nossa alma, é nesse momento que começa um longo caminho de renovação, tratamento e cura. Pode-se dizer que cuidar de vidas é o maior trabalho, e o mais difícil, para aqueles que Deus chama para estar à frente de seu povo. Nesse texto a palavra “obedecer” significa “deixar-se persuadir”. A recomendação é para que nos deixemos ser liderados, para termos uma atitude de submissão voluntária, não de resistência, para facilitarmos o trabalho difícil de se velar pelas almas dos irmãos.

Cuidando das Ovelhas

“Procura conhecer o estado das tuas ovelhas e cuida dos teus rebanhos” (Pv 27.23)
“Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o SENHOR Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. Assim, se espalharam, por não haver pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo”  (Ez 34.1-5).
Muito embora nesse texto os pastores refiram-se aos reis de Israel, podemos aplicá-lo a todos que estão à frente do povo de Deus. Aqui podemos ver cinco tipos de ovelhas que precisam ser cuidadas:
  1. A ovelha fraca: É aquela ovelha que não se mantém de pé, está desmotivada, desanimada, cai sempre, não tem força para acompanhar o ritmo das ovelhas sadias. Essa ovelha precisa ser fortalecida.  O pastor deve lhe oferecer amparo, companheirismo, palavra de encorajamento, intercessão e, principalmente, oração.
“Exortamo-vos, também, irmãos, a que admoesteis os insubmissos, consoleis os desanimados, ampareis os fracos e sejais longânimos para com todos” (1Ts 5.14).
“Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos” (Rm 15.1).
  1. A ovelha doente: É aquela que precisa de remédio para a cura. Ela pode ter sido contaminada por algum pecado, por algum trauma do passado, por algum engano ou por uma falsa doutrina.                 O remédio para esse tipo de ovelha é o pastor cuidar dela com uma ministração bíblica adequada e muita atenção.
  2.  A ovelha quebrada: É aquela que tem relacionamentos quebrados e está dividida, talvez por causa de uma grande decepção. Precisa ser ligada (enfaixada) para que os relacionamentos sejam restaurados e toda raiz de amargura seja retirada. Isso exige carinho, proximidade e, muitas vezes, que seja carregada no colo.
  3. A ovelha desgarrada: É aquela que temos de buscar, pois se desgarrou do rebanho. Isso é muito comum e acontece, por exemplo, com filhos de crentes que se desviam, iludindo-se com o mundo.    O pastor deve ser esforçar em procurar e trazer de volta essa ovelha desgarrada.
“Então, lhes propôs Jesus esta parábola: Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la? Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo. E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento” (Lc 15.3-6).
  1. A ovelha perdida: É a que realmente foi para o mundo e se perdeu, ou aquela que é do mundo. Essa ovelha precisa ser buscada, como Jesus nos ensina.
“Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor (Mateus 9.36).
6.       Ovelhas gordas e bodes (Ez 34.17-22): São as pessoas que estão no meio do rebanho, mas não se integram no rebanho. Criticam o ensino e a palavra ministrada (pisam o pasto e turvam as águas), machucam as outras ovelhas e até mesmo as espalham. Pensam de si mesmos mais do que convém. Devemos reconhecer as ovelhas gordas e bodes a fim de proteger o rebanho de suas ações.

Jesus, o verdadeiro pastor

“Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas e as farei repousar, diz o SENHOR Deus.
A perdida buscarei, a desgarrada tornarei a trazer, a quebrada ligarei e a enferma fortalecerei; mas a gorda e a forte destruirei; apascentá-las-ei com justiça...
Suscitarei para elas um só pastor, e ele as apascentará; o meu servo Davi é que as apascentará; ele lhes servirá de pastor”
(Ez 34.15-16, 23).
“Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos e os levará no seio; as que amamentam ele guiará mansamente” (Is 40.11).
Temos que entender que somos apenas colaboradores no pastoreio do rebanho. Jesus é o verdadeiro pastor! Interessante o fato que no Novo Testamento, a palavra pastor aparece 17 vezes, sendo:
·              9 vezes como pastores no campo. Por exemplo, Lc 2.8.
·              7 vezes referindo-se a Jesus (Mt 26.31, Mc 14.27, Jo 10.11, Jo 10.14, 16, Hb 13.20, 1Pe2.25).
“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas(Jo 10.11).
“Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor” (Jo 10.16).
·              1 vez como dom ministerial em Ef 4.11:
“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres”.
Com exceção deste último versículo, todos os outros textos usam o termo pastor apenas no sentido figurado, metaforicamente. Nenhum rei de ou sacerdote de Israel foi chamado explicitamente de pastor e, das 17 vezes em que o termo pastor é usado no Novo Testamento, apenas uma vez se refere à pessoa humana, mas, mesmo assim, referindo-se a um dom de serviço, não a um título.  A não ser o próprio Senhor Jesus, não encontramos nas Escrituras ninguém sendo chamado de pastor, como tão comumente vemos hoje em dia no chamado mundo evangélico. Quão afastados estamos da linguagem bíblica!
Nossa principal tarefa no apascentamento do rebanho é levar cada ovelha aos pés do verdadeiro pastor, o Senhor Jesus. Só Ele pode levar a verdes pastos, a águas de descanso e trazer refrigério à alma.
“Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem com conhecimento e com inteligência” (Jr 3.15).
Apascentar com conhecimento e inteligência é ministrar Jesus às pessoas. Por isso, se não estivermos cheios de Cristo, como poderemos manifestá-lo?
“Porque os pastores se tornaram estúpidos e não buscaram ao SENHOR; por isso, não prosperaram, e todos os seus rebanhos se acham dispersos” (Jr 10.21).

O trabalho de apascentamento

Observando pastores reais junto com suas ovelhas, eles desempenham as seguintes tarefas:
a.       Guardam as ovelhas de ataques dos predadores (Jo 10.11-13);
b.       Suprem de alimento e água (Sl 23.1-2);
c.       Guiam as ovelhas por caminhos seguros (Sl 23.3-4);
d.       Cuidam da saúde das ovelhas (Jr 34.4);
e.       Dissipam atritos entre as ovelhas e resolvem disputas (Rm 13.13, 1Co 3.3);
f.       Estabelecem uma atmosfera de confiança para a reprodução das ovelhas (2Tm 2.1-2);
Muito embora o apascentamento do rebanho de Deus inclua todas essas áreas, devemos considerar que os irmãos, em outros aspectos, diferem em muito das ovelhas no campo. Por exemplo, uma igreja bíblica não se constitui de um grupo de líderes ativos e um grupo de irmãos passivos, aqueles controlando estes e estes, simplesmente, submetendo-se ao controle daqueles.
“pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros” (1Co 12.25).
A mutualidade deve ser a principal característica do corpo de Cristo. Se os líderes perdem isso de vista, então sua liderança se transformará em dominação. Temos que lembrar que não somos a cabeça, mas, sim, Cristo:
“Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” (Ef 4.15-16).

Os dons ministeriais

O texto acima mostra que a edificação do corpo de Cristo se dá pela operação conjunta de todos os crentes, quando estão bem vinculados entre si e a Cristo, como cabeça. Está no contexto dos dons ministeriais, dados por Cristo tendo em vista equipar a Igreja para o seu perfeito funcionamento e crescimento:
“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.11-13).
Nem todos receberão os dons ministeriais, mas sua finalidade é atingir a todos. A palavra "aperfeiçoamento" neste versículo é traduzida do termo original grego katartismos, que significa "capacitação, equipamento". Em outras palavras, poderíamos descrever o propósito dos dons ministeriais da seguinte forma:
“preparar o povo de Deus para que trabalhem harmoniosamente juntos, a fim de que o Corpo de Cristo seja edificado”.
Portanto, Cristo dá os dons ministeriais a certos discípulos, não para capacitá-los a fazerem a obra de Deus por si próprios, mas para prepararem o Corpo de Cristo para realizá-la na face da Terra. Esse é o trabalho principal que os pastores devem ter em mente.

O ministério do Corpo

Por outro lado, cada crente recebe um dom, segundo a graça que lhe é dada:
“Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros, tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina esmere-se no fazê-lo; ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria” (Rm 12.4-8).
“Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém! (1Pe 4.10-11).
Quando falamos em dons, podemos nos referir a talentos (Mt 25.14-30). Todo membro do Corpo, tendo recebido um dom grande ou um dom pequeno, seja este de cinco, dois ou de um talento, deve entregar tudo o que tem para servir.
Em geral, não encontramos problemas com aqueles que têm cinco ou dois talentos, mas com aqueles que têm apenas um talento. A dificuldade com os que têm um talento é a tendência de enterrá-los, e esse é um problema sério para a igreja. Por outro lado, somente quando os de um talento manifestarem seus talentos é que poderemos ver a edificação do corpo em sua plenitude.
Isso mostra que o mais importante no trabalho dos que estão à frente da obra de Deus não é o seu próprio trabalho, mas o quanto estão fazendo para que os que têm apenas um talento se levantem para trabalhar e servir. Dessa forma, é o Corpo que estará agindo e não apenas alguns membros substituindo a atividade do Corpo.
Como pastores, temos o costume natural de usarmos apenas os irmãos de cinco e dois talentos porque não dão muito trabalho, tem habilidades e fazem as coisas bem feitas. Os de um talento são muito mais difíceis de se lidar e antes de falarem duas frases já se enterram novamente, ou algum aspecto da sua carne se manifesta. Parece que a carne e o único talento sempre estão juntos! Temos que aprende a tratar da carne, sem enterrar o talento do irmão.
Outra coisa que precisamos saber é que os irmãos não desenvolvem seu serviço e ministério simplesmente porque lhes admoestamos para que trabalhem. É preciso dar a eles uma estrutura adequada. Ninguém trabalha só porque o mandam trabalhar. Muitas vezes, nossas estruturas de trabalho não cooperam para o trabalho dos que possuem 1 talento. Por exemplo, se o trabalho nas casas consiste apenas de reuniões onde alguém dirige o louvor, outro fala e os demais participam passivamente, estaremos colaborando para enterrar os talentos de muitos irmãos. Nosso foco de trabalho, mesmo nas casas, não pode visar reuniões, mas, sim, pessoas. Somos chamados a velar pelas almas, não para dirigir reuniões. Embora tenhamos muitas reuniões, nosso foco de trabalho deve visar cada pessoa, individualmente.
Necessitamos uma revisão corajosa dos nossos métodos e buscar de Deus criatividade e graça para que nosso trabalho seja mais efetivo em trazer para os irmãos o equipamento necessário para que cada um desempenhe seu serviço a Deus.
Uma parte desse equipamento é que cada um esteja bem vinculado, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta. Juntas falam de relacionamentos fortes, de cuidado pessoal, de companheirismo. Quando dois ou três irmãos começam a caminhar juntos, evangelizar juntos, fazer discípulos juntos, podemos ficar tranqüilos que irão “deslanchar” na obra de Deus.
Precisamos, então, dedicar todos os nossos esforços para que os irmãos e irmãs possam levantar-se e servir conjuntamente. Desse modo a Igreja há de chegar à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo. Que Ele nos ajude nessa tarefa!

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