22 de fev. de 2011

Presbíteros e Diáconos

Bispos e Diáconos

“Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus, inclusive bispos e diáconos que vivem em Filipos” (Fl 1.1).


Nesse texto, escrevendo aos irmãos de Filipos, Paulo e Timóteo referem-se explicitamente a dois tipos de encargos na igreja: bispos e diáconos.

Bispo = Presbítero

“De Mileto, mandou a Éfeso chamar os presbíteros da igreja. E, quando se encontraram com ele, disse-lhes: ... ” (At 20.17-18a).

“Olhai, pois por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue” (At 20.17).

Aqui fica claro que os bispos são os presbíteros da igreja e que seu trabalho é o de pastorear o rebanho de Deus. Daí, podemos afirmar:
Bispo = Presbítero
·              Presbítero = Ancião refere-se à qualificação de maturidade da pessoa;
·              Bispo = Supervisor refere-se ao encargo dado pelo Espírito Santo de olhar por todo o rebanho. No texto acima, a palavra grega para “constituir” tem o sentido de “dar o encargo de”, “comissionar para”.
·              Pastorear refere-se ao trabalho que realiza o presbítero em seu encargo de supervisão. Pastorear significa alimentar, cuidar e conduzir o rebanho de Deus.

Presbítero e seu Significado

·              No Sentido Amplo: a palavra presbítero a tradução direta da palavra grega presbuteros, que significa ancião, pessoa mais idosa, mais madura, mais experiente. Neste sentido amplo há muitos presbíteros na igreja, aqueles irmãos que já são pais espirituais (1Jo 2.13-14) e que tem alcançado maturidade no Senhor. Porém, não é a todo irmão maduro que o Espírito Santo comissiona para a tarefa de supervisão da igreja.
·              No Sentido Restrito: além da pessoa ser madura e experiente, o presbítero no sentido restrito recebe o comissionamento do Espírito Santo para a tarefa de supervisão da igreja e apascentamento do rebanho de Deus. Pedro assim se refere aos presbíteros:
“Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho”  (1Pe 5.1-3).


Qualificações dos Presbíteros

Para que possa ser modelo do rebanho, há outras qualificações que são exigidas para o presbítero da igreja. ATimóteo, Paulo escreve:
“Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja.      É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?); não seja neófito, para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo. Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo” (1Tm 3.1-7).
A Tito, escreve:
“Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi: alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos crentes que não são acusados de dissolução, nem são insubordinados. Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível como despenseiro de Deus, não arrogante, não irascível, não dado ao vinho, nem violento, nem cobiçoso de torpe ganância; antes, hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, que tenha domínio de si, apegado à palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que o contradizem”  (Ti 1.5-8).
A partir desses textos podemos montar o seguinte quadro:
Qualificações Morais
Qualificações Domésticas
Qualificações Espirituais
Irrepreensível
Marido de uma só mulher
Apto para ensinar
Temperante
Hospitaleiro
Não neófito
Sóbrio
Que governe bem sua casa
Despenseiro de Deus
Moderado = modesto
Com filhos em sujeição
Justo
Não dado ao vinho

Piedoso
Não violento

Santo
Não dado a contendas

Apegado à palavra fiel
Não avarento

Com autoridade para exortar
Com bom testemunho


Não arrogante


Não cobiçoso de lucro




Ordenação de Presbíteros

Em Ti 1.5, a palavra “constituir” significa “estabelecer”, “ordenar”. Muito embora seja o Espírito Santo que comissiona o presbítero (At 20.28), o texto acima se refere a uma ordenação humana. Podemos ver situação semelhante em outras lugares nas Escrituras, como em Mt 16.18 e Ef 4.11-12. No primeiro texto, Jesus diz que Ele mesmo edificará Sua igreja; o segundo afirma que: 
“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo”.
Ou seja, é Cristo quem edifica a igreja, mas através de homens a quem ele capacita. Da mesma forma, o encargo dado pelo Espírito Santo para o episcopado é ordenado através dos santos. Esses fatos mostram claramente porque a igreja é chamada de Corpo de Cristo. Ele tem nos feito Sua boca, Suas mãos e Seus Pés.
O estabelecimento de presbíteros também é visto em At 14.21-23, onde nos deparamos com alguns detalhes do procedimento dessa ordenação:
“E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia, fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus. E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido”.
Nesse texto, a palavra grega correspondente á “eleição” significa “escolher pelo ato de erguer a mão”. Isso parece indicar o “amém” por parte da igreja, manifestado através do levantar das mãos, para a indicação feita pelos apóstolos dos novos presbíteros. Dessa forma, a ordenação de presbíteros, de fato, constitui um reconhecimento por parte da igreja da obra que o Espírito Santo já estava operando na vida desses irmãos.

Presbíteros em Israel

O conceito do presbítero, ou ancião, origina-se no Antigo Testamento, onde aparecem inúmeras vezes. Como exemplos, vejam-se os textos: Ex 3.16, Ex 17.15, Ex 24.1,        Js 24.1, 1Sm 4.3, Sl 107.32. A função principal desses presbíteros era a de serem conselheiros e juízes.
No Novo Testamento, essa espécie de anciãos também aparece: Mt 16.21, Mt 21.23, Mt 27.1, Mt 27.20, At 4.5, At 24.1. Interessante o fato que, vivendo na mesma época, podemos ver os anciãos da igreja em Jerusalém, estes, porém, constituídos pelo Espírito Santo: At 15.2,4,6,22,23.

A Responsabilidade dos Presbíteros

Deus não designa anciãos para fazer a obra por seus irmãos. Compete a cada homem salvo servir ao Senhor segundo sua capacidade e em sua própria esfera. O termo “bispo” significa supervisor e um supervisor não é aquele que trabalha em lugar dos outros, mas aquele que supervisiona outros enquanto trabalham. Jamais esteve na mente de Deus que os crentes se dedicassem somente aos negócios desta vida e deixassem os trabalhos da igreja para um grupo de especialistas espirituais. Os presbíteros não constituem um grupo de homens contratados para fazer o trabalho da igreja em lugar de seus membros. Eles são apenas aqueles que supervisionam o trabalho. Compete-lhes estimular os que ficam para trás, frear os precipitados, jamais fazendo a obra em lugar deles, mas simplesmente orientando sua execução.
Os presbíteros são ordenados por Deus para liderar, instruir e pastorear a igreja. Pregação da Palavra e ensino fazem parte do seu trabalho pastoral de alimentar o rebanho.
 “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e no ensino”  (1Tm 5.17).
A palavra grega para “governar” no texto acima significa “estar à frente”, “presidir”, “superintender”.
“Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho”  (1Pe 5.2-3).
Pedro exorta que o trabalho de pastoreamento dos presbíteros não seja feito por obrigação, mas, voluntariamente; não com intenção de obter algum tipo de lucro pessoal (de dinheiro ou poder), mas, prontamente, de boa vontade; não com dominação, mas, estando à frente para servirem de modelos a serem seguidos voluntariamente pelo rebanho.
“Olhai, pois por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue” (At 20.17).
Uma melhor tradução para a palavra “sobre”  no versículo acima seria “entre”,           “no meio de”. Não devemos visualizar uma estrutura hierárquica de poder no trabalho dos presbíteros na igreja. Eles não estão sobre o rebanho, mas no meio do rebanho, diante do rebanho, à frente do rebanho. Sob um ponto de vista hierárquico, podemos até dizer que estão abaixo do rebanho, para servi-lo.
“Então, Jesus, chamando-os, disse: Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser, entre vós, fazer-se grande, que seja vosso serviçal”  (Mt 20.25-26).
Em vez de se tornarem senhores, Jesus disse aos seus discípulos para se tornarem servos uns dos outros, e que o maior é aquele que é servo de todos. Através dessas palavras Jesus indica que um sistema de governo completamente diferente daquele empregado no mundo deve prevalecer entre cristãos.  A autoridade entre cristãos não vem da mesma fonte de autoridade do mundo, nem é para ser exercida da mesma maneira que aquela. A visão de autoridade do mundo coloca homens sobre outros homens, como uma estrutura de comando militar, uma estrutura hierárquica executiva empresarial, ou um sistema governamental. Porém, Jesus afirmou que não deve ser assim entre nós. Os cristãos são irmãos e irmãs, filhos do mesmo Pai e membros uns dos outros.
“... pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus? (1Tm 3.5).
Esse último verso, situado no contexto das qualificações que devem ser encontradas nos presbíteros, toca no trabalho de servo a ser feito por eles no cuidado da igreja. Esse verbo, “cuidar”, aparece apenas mais uma vez no Novo Testamento, na passagem do “bom samaritano”. Quando o samaritano viu aquele homem todo machucado qual foi sua atitude?
“E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele” (Lc 10.34).
Aqui está o exemplo de alguém que realizou a tarefa voluntariamente, prontamente e sem intenção de obter lucro, pelo contrário, com perda pessoal. Ele teve que entrar literalmente “por baixo” para carregar aquele homem até seu animal. Provavelmente ele teve que ir a pé até a estalagem, enquanto o homem era carregado pelo animal e ainda teve que pagar pelos gastos de sua hospedagem, Esse é o coração de pastor que o Senhor requer de cada presbítero no cuidado da igreja. A verdadeira autoridade dos presbíteros e outros líderes na igreja, então, é aquela resultante do respeito gerado através do exemplo amoroso e cheio de Deus que apresentam.
 “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.”  (Hb 13.17).
A palavra “guias” neste texto significa “aqueles que vão à frente”, “aqueles que conduzem”, “líderes”, sendo um termo mais abrangente do que presbíteros. Envolve todos aqueles que cuidam de vidas, logicamente incluindo os presbíteros. Algumas vezes essa palavra é traduzida como “pastores”, mas não é assim no grego, muito embora tenha esse sentido. Esse versículo mostra que, juntamente com o trabalho de liderar está o trabalho de cuidar de vidas, ou de almas. Aqui precisamos entender uma coisa. Quando nos convertemos a Cristo, a obra em nosso Espírito já está completa pelo novo nascimento. Porém, para nossa alma, é nesse momento que começa um longo caminho de renovação, tratamento e cura. Pode-se dizer que cuidar de vidas é o maior trabalho, e o mais difícil, para aqueles que Deus chama para estar a frente de seu povo.
Muito embora a responsabilidade dos presbíteros envolva liderança, devemos nos lembrar que uma igreja bíblica não se constitui de um grupo de irmãos ativos e um grupo de irmãos passivos, aqueles controlando estes e estes, simplesmente, submetendo-se ao controle daqueles.
“pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros” (1Co 12.25).
A mutualidade deve ser a principal característica do corpo de Cristo. Se os presbíteros perdem isso de vista, então sua liderança se transformará em dominação. Temos que lembrar que os presbíteros não são a cabeça, mas, sim, Cristo,
“Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” (Ef 4.15-16).
A tarefa dos presbíteros não é a de conduzir a igreja por si mesmos, mas determinar como o Senhor, no meio deles, deseja conduzir Sua igreja. Portanto, a autoridade suprema, até mesmo em assuntos práticos, é do Senhor e de ninguém mais.
A Pluralidade de Presbíteros

Nas Escrituras vemos sempre mais de um presbítero na igreja local. Colocar a responsabilidade nas mãos de diversos irmãos, ao invés de nas mãos de um só indivíduo, é a forma que Deus providenciou para resguardar a igreja de cair na dominação de uma personalidade forte. Na pluralidade de presbíteros, eles aprenderão a dependerem uns dos outros, a se submeterem uns aos outros, e a buscarem a vontade de Deus através da unanimidade de entendimento. No livro de Atos vemos que os presbíteros buscavam a mente do Espírito, e quando ficava claro para eles, agiam com unidade de pensamento e propósito:
“Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo ...” (At 15.28).
A autoridade, então, não era a autoridade de homens, mas de Deus, e foi expressa não através de homens agindo como indivíduos, mas através do acordo coletivo unânime de homens que tinham sido ordenados pelo Espírito Santo.
Os Presbíteros e a Igreja

Vemos nas Escrituras várias recomendações de Deus à igreja relativas aos seus líderes:
“Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e no ensino, pois a Escritura declara: Não amordaces o boi, quando pisa o trigo. E ainda: O trabalhador é digno do seu salário”  (1Tm 5.17-18).
Aqueles que se dedicam em alimentar o rebanho com a Palavra de Deus devem ser dignos de dupla honra. Fica claro pelo texto que a igreja deve prover para o sustento dos irmãos na realização do seu trabalho.
“Não aceites denúncia contra presbítero, senão exclusivamente sob o depoimento de duas ou três testemunhas. Quanto aos que vivem no pecado, repreende-os na presença de todos, para que também os demais temam”    (1Tm 5.19-20).
Como parte da honra, deve haver confiança, de modo que não sejam acatadas acusações infundadas contra eles. Porém, aos que se desviam, que é o sentido do texto, deve haver repreensão pública para cair temor na congregação.
 “E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, e que presidem sobre vós no Senhor e vos admoestam e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obra” (1Te 5.12-13).
Aqui também a tradução “presidir sobre vós” pode dar uma idéia errada de domínio. Uma tradução melhor seria “que vos lideram no Senhor”. A recomendação é para os irmãos prestarem atenção naqueles que trabalham e conduzem o rebanho, e para considerá-los com o maior amor possível, por causa do trabalho que fazem.
 “Lembrai-vos dos vossos guias, que vos falaram a palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver” (Hb 13.7).
A recomendação aqui é para termos em mente a maneira de viver daqueles que nos lideram no Senhor e para os termos como modelos a serem seguidos e imitados.
 Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.”  (Hb 13.17).
Nesse texto a palavra “obedecer” significa “deixar-se persuadir”. A recomendação é para que nos deixemos ser liderados, para termos uma atitude de submissão, não de resistência, para facilitarmos o trabalho difícil de velar pelas almas dos irmãos.
“Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor  (Tg 5.14). 
Esse versículo mostra a forma como Deus age no meio do seu povo. Muito embora o poder de cura seja dado a todo discípulo (Mc 16.17-18), a bênção de Deus se derrama de modo especial para os que reconhecem a autoridade de Deus na vida dos presbíteros que ele ordena.

A palavra Pastor

A palavra “pastor” se origina no Antigo Testamento, onde aparece inúmeras vezes, tendo alguns significados:
·              Pastores no campo. Por exemplo, Gn 4.2.
·              Deus. Por exemplo, Sl 23.1.
·              O Messias. Por exemplo, Is 40.10-11.
·              Reis e Sacerdotes de Israel. Por exemplo, Ez 34.2.
No Novo Testamento, essa palavra aparece 17 vezes, sendo:
·              9 vezes como pastores no campo. Por exemplo, Lc 2.8.
·              7 vezes referindo-se a Jesus. Por exemplo:
“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas(Jo 10.11).
“Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor (Jo 10.16).
·              1 vez como dom ministerial em Ef 4.11:
“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres” .
Interessante o fato em que, com exceção deste último versículo, todos os outros textos usam o termo pastor apenas no sentido figurado, metaforicamente. Nenhum rei de ou sacerdote de Israel foi chamado explicitamente de pastor e, das 17 vezes em que o termo pastor é usado no Novo Testamento, apenas uma vez se refere à pessoa humana, mas, mesmo assim, referindo-se a um dom de serviço, não a um ofício. A não ser o próprio Senhor Jesus, não encontramos nas Escrituras ninguém sendo chamado de pastor, como tão comumente vemos hoje em dia no chamado mundo evangélico. Quão afastados estamos da linguagem bíblica!
Em relação à palavra “apascentar”, ela aparece 11 vezes no Novo Testamento:
·              2 vezes referindo-se ao trabalho no campo (Lc 17.7, 1Co 9.7).
·              5 vezes referindo-se a Jesus. Por exemplo, Mt 2.6.
·              4 vezes referindo-se ao trabalho dos líderes da igreja:
“Tornou a perguntar-lhe pela segunda vez: Simão, filho de João, tu me amas? Ele lhe respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Pastoreia as minhas ovelhas” (Jo 21.16).
“Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue” (At 20.28). 
“... pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade”  (1 Pe 5.2). 
“Estes homens são como rochas submersas, em vossas festas de fraternidade, banqueteando-se juntos sem qualquer recato, pastores que a si mesmos se apascentam; nuvens sem água impelidas pelos ventos; árvores em plena estação dos frutos, destes desprovidas, duplamente mortas, desarraigadas” (Jd 1.12).

Diáconos

·              No Sentido Amplo:
A palavra “diácono” é a tradução direta da palavra grega diakonos, que significa “servo” ou “ministro”. Esta palavra, no seu sentido amplo, é usada no Novo Testamento de diversas maneiras. Exemplos:
“Então, ordenou o rei aos seus servos (diáconos): Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt22.13).
“E ele, assentando-se, chamou os doze e lhes disse: Se alguém quer ser o primeiro, será o último e servo (diácono) de todos”  (Mc 9.35).
“Pois quem é Paulo e quem é Apolo, senão ministros (diáconos) pelos quais crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um?  (1Co 3.5). 
“... o qual nos habilitou para sermos ministros (diáconos) de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica. (2Co 3.6).
No sentido amplo, Deus deseja que todos nós sejamos diáconos, ou seja, servos uns dos outros e ministros da nova aliança.
·              No Sentido Restrito:
O diácono, no contexto apresentado em 1Tm 3.8-13, ganha um encargo especial no serviço dos santos:
“Semelhantemente, quanto a diáconos, é necessário que sejam respeitáveis, de uma só palavra, não inclinados a muito vinho, não cobiçosos de sórdida ganância, conservando o mistério da fé com a consciência limpa. Também sejam estes primeiramente experimentados; e, se se mostrarem irrepreensíveis, exerçam o diaconato. Da mesma sorte, quanto a mulheres, é necessário que sejam elas respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo. O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos e a própria casa. Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançam para si mesmos justa preeminência e muita intrepidez na fé em Cristo Jesus.
Embora não citado explicitamente, podemos entender que em At 6.1-6 foram ordenados os primeiros diáconos. Por causa do crescimento da igreja havia muitos aspectos materiais que precisavam ser administrados. Os apóstolos perceberam que precisariam indicar outros irmãos para cuidar da distribuição diária de alimentos que era feita. Sete homens foram escolhidos para esse serviço. Eles assumiram essa responsabilidade pela imposição de mãos dos apóstolos, para que estes pudessem se dedicar à oração e ao ministério da palavra. Esse texto revela, então, o objetivo da ordenação de diáconos na igreja local, que é o de servir os santos em suas necessidades físicas e materiais, e também a forma de ordená-los.

Diaconisas

1Tm 3.11, no contexto dos diáconos, parece referir-se às mulheres como diaconisas. Alguns pensam que esse versículo refere-se às esposas dos diáconos, mas isso parece improvável, não somente porque o texto não faz exigências a respeito das esposas dos presbíteros, como devido à seqüência dos versículos 11 e 12:
11  “”Da mesma sorte, quanto a mulheres, é necessário que sejam elas respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo.
12  O diácono seja marido de uma só mulher e governe bem seus filhos e a própria casa”.
Além disso, em Rm 16.1-2, há indicativo de Febe como um exemplo de diaconisa. Uma melhor tradução desse texto seria:
“Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual é diaconisa da igreja que está em Cencréia, para que a recebais no Senhor, como convém aos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo”.

Qualificações dos Diáconos

A partir de 1Tm 3.8-13 e At 6.3, podemos definir as seguintes qualificações para uma pessoa ser ordenada diácono:
Qualificações Morais
Qualificações Domésticas
Qualificações Espirituais
Respeitáveis
Marido de uma só mulher
Provados
De uma só palavra
Que governe bem seus filhos
Fiéis
Não inclinados a vinho
Que governe bem sua casa
Consciência Limpa
Não cobiçoso de lucro

Cheios do Espírito Santo
Irrepreensíveis

Cheios de Sabedoria
Não maldizentes


Boa reputação




Cooperadores

Além dos presbíteros e diáconos, as Escrituras nos exortam que reconheçamos e nos sujeitemos a todos aqueles que auxiliam na obra e trabalham:
Agora, vos rogo, irmãos (sabeis que a família de Estéfanas é as primícias da Acaia e que se tem dedicado ao serviço dos santos), que também vos sujeiteis aos tais e a todo aquele que auxilia na obra e trabalha  (1Co 16.16).

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